Desleixo
Descarte irregular representa 1,2 mil cargas de entulhos por mês
Resíduos são recolhidos diariamente em ruas, praças e valas; são diversos pontos crônicos de acúmulo de lixo espalhados pelo Município
Foto: Jô Folha - DP - Com gasto de R$ 600 mil aos cofres públicos, trabalhadores dedicam-se a áreas crônicas
Além de causar danos ao meio ambiente, levar a enchentes e diversos outros problemas, o descarte irregular de lixo também é uma despesa constante para o Município. Os restos de podas de árvores, móveis, lixo doméstico e resíduos de construção são apenas alguns dos itens que são recolhidos diariamente em pontos crônicos que se tornaram lixões a céu aberto em vários bairros. Por mês são recolhidas 1,2 mil cargas de entulhos em toda cidade, o que representa um gasto de R$ 600 mil aos cofres públicos.
Com o grande volume de chuva das últimas semanas, vários bairros tiveram pontos de alagamentos, transtorno que, entre outros motivos, é causado pela prática incorreta. Com o movimento das águas, os resíduos acabam se deslocando e entupindo as galerias de escoamento pluvial, no Jardim do Prado, por exemplo, essa ocorrência pode ser considerada recorrente. Na manhã da sexta-feira uma equipe de limpeza da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI), teve que realizar a desobstrução de bueiros e canos. O motivo do serviço se encontrava há poucos metros, uma praça que, entre tantos resíduos, havia, inclusive, poltronas e malas.
Conforme o coordenador da equipe, Cleber Barros, o trabalho de limpeza é um processo demorado que conta com retroescavadeira e caçamba. Realizado periodicamente, mesmo assim, muitas vezes, em poucas horas a praça já se encontra cheia de lixo novamente. “É um trabalho contínuo, não acaba nunca e isso prejudica muito o escoamento pluvial, entope tudo”. O profissional relata ainda que somente na área em que atua, diariamente são retiradas cinco cargas, o que equivale a aproximadamente 40 toneladas.
Do outro lado da cidade, na avenida João Gomes Nogueira, no bairro Areal, o cenário é ainda pior, uma quadra inteira estava repleta de lixo à beira da via. O ponto se tornou um local em que charreteiros e moradores de diversas regiões descartam todo o tipo de entulho, de pilhas de roupas a restos de móveis. Assim como no Jardim do Prado, no local, a limpeza dos resíduos muitas vezes não chega a ser preservada por um dia. “Hoje nem vai dar para recolher tudo, mas quando a gente deixa tudo limpo chega dá um dó porque no outro dia está a mesma coisa”, diz o coordenador, Taylor Borges. O serviço de retirada total dos descartes preenche 20 cargas de caminhão caçamba. “É de tudo e como é muita demanda na cidade, não conseguimos passar todos os dias”.
De locais secos a canais
O descarte irregular não se limita apenas a praças, vias e canteiros. Frequentemente, os canais também são alvo de despejo de lixo, o que dificulta o trabalho das casas de bombas. Responsáveis por dar vazão às águas, as estruturas recebem, também, um volume considerável de resíduos descartados nos canais de macrodrenagem, o que dificulta o escoamento das águas de chuva acumuladas no Município. “É questão de 20 minutos com uma chuva forte para encher aqui, são muitos locais que escoam para cá e às vezes tem que desligar as bombas para limpar”, explica o chefe de macrodrenagem, Maicon Santos.
Na tentativa de evitar os resíduos, as equipes procuram manter os volumes dos canais baixo, medida que nem sempre é possível devido à quantidade de chuvas. Por semana, são recolhidos do canal aproximadamente 14 toneladas de lixo na casa de bombas Anglo, carga que nas últimas semanas aumentou consideravelmente devido às precipitações. “Vem bastante pet, sacolas, embalagem de marmitas e pedaços de árvores”, relata.
Punição
O Código de Posturas do Município de Pelotas, diz que é passível de multa de cinco Unidades de Referência Municipal (URMs) quem lançar papéis, cascas de frutas, aterro, lixo, varreduras, restos, detritos, bem como resíduos de qualquer natureza nas vias públicas.
Descarte correto
O descarte correto deve ser feito por meio da contratação de uma coletora particular para entulhos ou a partir do Ecoponto (são cinco espalhados pelo Município) mais próximo conforme a espécie do objeto. Também é possível fazer o descarte nos dias do Bota-Fora, de acordo com a programação criada para os bairros, na data estabelecida, as pessoas podem colocar o objeto em frente às casas para o recolhimento.
Também em casos mais específicos, pode ser aberto protocolo para o recolhimento do entulho/objeto em frente à casa do solicitante. O protocolo pode ser feito por meio dos telefones da Ouvidoria: 156; 3309-6003; 3309-6012; ou ainda da Ssui pelo número e WhatsApp (53) 9175-5853.
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